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Um homem normal, simples, solidário. Busca crescimento como ser...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A MINHA PARTE

Meu proposito escrevendo este blog é mostrar o que estou fazendo na roça. Busco alternativas para adequar minha pratica a uma possivel sustentabilidade, não esquecendo o habitat em que vivo. Aqui é diferente de qualquer outro bioma. Na caatinga temos que compreender as nossas limitações. A chuva é pouca. As areas das propriedades são pequenas. Convivemos com o agricultor e o irrigante. Duas realidades. Há quem não vê muita diferença, mas o irrigante trabalha com mais certezas, mais produtividade, mais investimento, mais adubos, mais defensivos, mais sementes de hibbridas a trangenicas. Não considero um produtor sustentavel na essencia da palavra. Produz para ganhar dinheiro. A terra é um meio, tem sua importancia.
O agricultor depende da chuva, sua terra é unica. Uma extensao da propria vida. Faz porque gosta. Fica doido quando chove e se mete a plantar, mesmo sem dinheiro ou custeio do Governo. Se preocupa com os bixos, sofre com a fome dos animais. Respeita a natureza porque se vê integrado a terra, as plantas, aos animais.
Gosto deste jeito de ser agricultor. Produzir com a certeza de preservar o mundo criuado por Deus.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

AVALIAÇÃO DO ANO

Esta chegando o fim do ano e devo parar uns dois dias para avaliar os meus trabalhos e também o da roça, como foi a produção, os gastos. Qual o resultado para a sustentabilidade pretendida? Neste ano fiz opção por investir em gado e estamos tendo uma produção de leite a mais de dois meses. As ovelhas reproduziram ao longo do ano 16 borregos e só morreu um. Não contabilizei nenhuma retirada. Conseguimos aumentar a produção de mel com a parceria com Jandira. Estou tendo mel para o consumo, coisa que não fazia, tenho reserva. Houve diminuição dos frangos. Neste momento estamos tentando aumentar a quantidade, não fazemos abate para consumo. Tivemos problema com o poço artesiano, está praticamente seco desde o mês de Setembro, o pouco de agua que retiramos é para consumo humano e dos animais. Parou a irrigação das bananeiras. É uma tristeza vê-las morrerem. A sorte que choveu este ano mais cedo: no mês de outubro e inicio de Dezembro. Melhorou o pasto, não precisei comprar alimento para o gado. Usei palma da roça nos meses de agosto, setembro e outubro. Os animais estão bonitos.

Devo plantar 12 tarefas de sorgo e milho para produzir alimento para os animais. Duas tarefas de sorgo e dez de milho. As únicas áreas que aramos na roça. Não sei se é suficiente para sustentar os animais, mas é um sufoco ter que dar alimento e ao mesmo tempo preparar a terra para o plantio de sequeiro. A área total da roça são 40 tarefas. A produção que se espera par atender a dimensão económica é de no mínimo R$ 20.000,00 por ano, com um pouco de investimento. Estamos fechando a contabilidade. Devo gastar R$ 17.000,00. A produção não vai passar de R$ 4.000,00. Dos gastos R$ 5.000,00 foi investimento. O deficit deve ficar em torno de R$ 8.000,00. De tudo o que mais me preocupa é a situação do poço artesiano, pois não sei se ele vai recuperar. Até o momento com estas chuvas, a recuperação foi muito pouca. Pretendo continuar investindo em gado de leite para aumentar o potencial da propriedade.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Direitos x privilégios

Em uma última entrevista do Prof, Dr. Milton Santos diz que a classe média não luta por Direitos e sim por privilégios, portanto não somos Cidadãos. Eu bem compreendi a mensagem. Precisamos lutar em nossos movimentos sociais por direitos para salvar a sociedade da visão mesquinha que o sistema capitalista nos oprime. Não basta reclamar. Temos que nascer de novo defendendo esta verdade, para não ser corrompido pela brutalidade dos sistemas. Se temos princípios que estes sejam as únicas razoes de viver.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

ACREDITAR SEMPRE

O que nos resta é esperança. Esta frase me surgiu lendo minha postagem anterior. O que importa é que temos que continuar tentando e fazendo a nossa parte, não importa os resultados. Acreditar sempre. Continuar tentando. Fazer o melhor possível. Sempre afirmei que o agricultor tem duas obrigações: plantar e colher, o resto é com Deus.

Plantar requer muito mais que enterrar a semente. Precisa-se primeiramente acreditar no negócio, planejar, estudar, avaliar os resultados, refazer, fazer de novo, insistir, mesmo perdendo ir para cima, se errar avaliar os erros e vê onde melhorar. Sempre é possível melhorar. De resto tem a tal da paciência. Na verdade ter paciência é uma atitude humilde de querer ter. Quem diz que não tem paciência é porque não quer ter paciência. Esperar o tempo das coisas. Tem tempo para tudo. Precisamos esforçar para ter a nossa "batata".

Já colher é uma ato de gratidão. Tem que ter satisfação, alegria, gratidão mesmo. Não importa se foi muito ou pouco. Tem que achar bonito, por mais feio que seja. Temos que chorar de alegria. Estampar o sorriso na boca, mesmo sem todos os dentes. Rir de dentro, lá do coração. Depois voltar a plantar com um sentimento que ainda tem muito que aprender, como um eterno estudante.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MES DE AGOSTO

Neste mês de agosto estamos longe de período de chuvas e não existe muitas atividades nas roças onde se pratica agricultura de sequeiro, que ocorre nos períodos de chuvas que vai de outubro a março. Principalmente, ocorria nos meses de novembro e dezembro. Quem não tem um poço artesiano e energia elétrica na propriedade, praticamente, inviabiliza a atividade agropecuária. Ainda resta uma esperança para quem cria gado e ovelha e que já tem sua propriedade estruturada.

Eu acredito na atividade diversificada, mas não sei se o meu exemplo é regra, pois tenho outra atividade como base de sustento. É ruim não acreditar na atividade agrícola pois não motiva ninguém, mas não posso ser inresponsável e afirmar que é possível praticar uma agricultura alternativa. Em nossa região o número de agricultores orgânicos não aumentou. Se conta a dedos as pessoas que insistem nesta prática. O agricultor da nossa região anda muito desolado, com dívidas e sem recursos para investir no plantio, sem contar que produzir já não é mais garantido e mesmo produzindo, preço é outro problema, sem contar que poucas culturas são possíveis de se praticar ( mamona, milho e feijão).

sábado, 25 de julho de 2009

CADERNOS





Criei o habito de anotar tudo em um caderno. Estou fazendo anotações da roça a cinco anos. As anotações consiste de recei tas de um lado e despesas do outr o. Divido o caderno ao meio. Dá para anotar por um ano. É o meu cadernotop e custa apenas dois reais. Como vou anotando tudo que entra pela porteira e tudo que sai, quando quero fazer alguma analise pego o caderninho e faço gráficos, contas, estimativas até o plano de negócio tirei do caderninho que são realidades vivenciadas no dia a dia. Não preciso inventar nada. São fatos reais.
Esta a maneira que encontrei que melhor atende minhas expectativas de tornar a roça sustentável. Não invento, não acrescento e não diminuo nada. Nestes dezesseis anos que lido com minha roça estes últimos anos foram os mais produtivos e mais gratificantes. Aprendi a não falar mal de roça e fazer tudo para que a roça produza no seu tempo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

FILHOTES EM CRESCIMENTO

Hoje estive na roça na esperança de encontrar vestígios do beija flor, pois tem uma semana que não ando por lá e minha expectativa era que encontrasse o filhote. De maquina fotográfica na mão fui em direção ao ninho. Me alegrei quando vi de longe o beija flor voar do ninho. Peguei uma cadeira para fotografar com um melhor ângulo. Lá estava. Um filhotinho ocupando todo o ninho.

Também estava ansioso para ver o carneiro que fora rejeitado pela mãe. A fotografia fala melhor.
Esta completando um mês e um dia que o carneiro nasceu.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

DESPESAS DO MES DE JUNHO

No mes de junho houves as despesas totais incluindo custeio e investimento.




DESCRIMINAÇÃO UNID QUANT PREÇO TOTAL

ANTONIO ......................... MÊS...........1.............440.........440
ANTONIO PRODUÇÃO.....PROD..........1............120..........120
CORTADOR GRAMA.........UM..............1............110............110
JANDIRA M. OBRA............UND...........1..............50............50
JUROS...................................UND........1............100.........100
LUZ........................................UM..........1...........122,54.....122,54
MAT. CONSTRUÇÃO.........UM..............1...........405..........405
MILHO.............................. SACOS........4..............25..........100
....................................................................................................
TOTAL..............................................................................1447,54

segunda-feira, 20 de julho de 2009

PRODUÇÃO DO MES DE JUNHO

PRODUTO QUANT UM UNIT TOTAL





ABÓBORA 8 UM 1,00 8,00
BANANA MAÇA 4 CX 7,00 28,00
BANANA PRATA 1 CX 7,00 7,00
CANA 212 UM 0,70 148,40
FRANGO 4 UM 12,00 48,00
MAMÃO 100 UM 0,20 20,00
MARACUJÁ 36 UM 0,20 7,20
MEL 20 L 5,00 100,00
OVO 6 DZ 4,00 24,00
PATO 17 UM 10,00 170,00
UMBU CAJA 6 L 0,50 3,00





TOTAL


563,60


domingo, 12 de julho de 2009

DIA DE TIRAR FOTOGRAFIAS

Passei o dia tirando fotos de alguns moradores da roça: o beija flor, a pombinha, os patos, a ovelha com seus dois filhos, outras pombas branca, uma minhoca eu filmei um pouco, a pata no tanque também, depois foi a vez da ovelha e também uma galinhaciscando. Uma caixa de inxu, daqueles que ferroa as nossas orelhas. Um buraco de algum bicho. As meninas brincando de comidinha de barro.
Tem tanta coisa para fotografar. Ah! Uma gatinha amarela que a gente chama de caga cebo. Uma lagartixa. Vi um calango verde mas não lembrei de tira fotos. Caminhei entre as bananeiras a procura de coisas diferentes. Andei feliz e satisfeito. A terra estava bonita, cheia de vida e mato. Matéria orgânica. Pé de muita coisa.
Liguei a bomba do poço e aproveitei para molhar algumas plantas. A bicharada faz festa. Quanto passarinho cantando. Raquel esta muito contente com a roça. Está ficando uma beleza a ultima reforma. Tem atéflet para alojar algum amigo.
Roça é isto. Uma lugar para ser feliz e experimenta. Obs: depois mostro as fotos.

sábado, 11 de julho de 2009

VISITAS NA ROÇA

Ontem a tarde estive na roça com um amigo e colega de universidade o engenheiro civil Adalberto Braga para mostrar o meu projeto da Roça Sustentável em Irecê. Como de costume, demos um giro em torno da casa pois primeiro passamos pela área do policultivo irrigado, vendo os tipos de cultura e forma como é plantada. seguimos até a área onde quis fazer uma experiência com mamona, plantada em carreiras dentro do mato. Passamos também pela área onde tenho plantado sorgo forrageiro na micro aspersão. Vimos um cercadinho de palma próximo ao aprisco. Descemos pelo corredor em direção ao fundo da roça. Temos área de "manga", uma hectare de palma consorciada com plantio de sequeiro e mamona. Mais ao fundo, duas ares de pasto tanto para as ovelhas como as vacas e por ultimo a reserva de catinga que quero deixar totalmente isolada para os bixos e plantas. retornamos e entramos no aprisco, mostrei onde pretendo montar o curral. Também passamos pela área das aves. falei do meu manejo e das possibilidades, por exemplo: Produzir mil frangos ao ano com a atual estrutura. Retornamos para o Play e apresentei um mural que tenho preparado para as minhas mine palestras sobre permacultura. Falei da minha vivência com roça e sobre este projeto. É um projeto de longo prazo e precisa-se de muito estudos e experimentação. Não faço tudo totalmente certo. Não sou radical em muitas coisas e nem precisa ser. Para quem tem pressa e necessidade imediatas este projeto não atende a princípio. É preciso fazer uma transição de um modelo convencional para este que é demorado e requer investimentos.
Rimos bastantes e por fim Adalberto teve que ir embora com os amigos que trouxe para esta visita.
Sempre falo que o meu social está ligado a roça; este tipo de roça. Espero estar ensinando alguma coisa assim como tenho certeza que estou aprendendo
.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

POR QUE SER SUSTENTAVEL?

A ideia de sustentabilidade que tenho não é meramente materialista, como em uma relação matemática direta de dois mais dois ser quatro e quatro menos um ser três. Está embasada numa visão espiritual onde o mundo criado por Deus sempre foi perfeito desde a criação. Sem uma visão além do mundo material a sustentabilidade é vazia, mesmo com princípios que preserve a natureza, mesmo com o respeito a todas dimensões que o conceito remete. Devemos ser sustentáveis em nossas ações porque é ideal e aproxima do mundo de Deus. Numa visão religiosa independente de qualquer religião.

Só pude compreender a sustentabilidade a partir da compreensão da "verdade compreendida que liberta" independente de ser sustentável. Nem toda atividade é sustentável, nem tudo pode ser preservado ou garantido para as futuras gerações materialmente. Na vida nem tudo é compreendido porque temos limitações e " muita mais coisas além...".

terça-feira, 7 de julho de 2009

COMERCIALIZAÇÃO






-mel
-mamão
-banana maçã






O ponto fundamental da atividade agrícola é a comercialização. É o gargalo da atividade. Não tendo como o agricultor vender seus produtos tudo tende a desmoronar e não basta somente vender é preciso que seja vendido por um preço compatível, mais precisamente, preço justo.

Comecei a colocar os produtos da roça na Galeria Rochedo a mais de um ano. Sempre com o pensamento de vender o excedente pois, boa parte da produção é para o consumo da família. São produtos naturais, produzidos sem uso de agrotóxico e defensivo algum. Do jeito que a natureza produz. Com isso conquistamos vários clientes que vem toda semana a procura destes produtos e mais outras novidades.
Tudo que é produzido vem para este ponto. Não reservo produto. A produção é pouca e o privilegiado é que chega cedo.

Na verdade é um exercício da cooperativa que quis formar. Ainda não conseguimos pessoas para dar inicio a Cooperativa dos Produtores agroecológicos da região de Irece, pois destino 20% do valor da comercialização à loja. Este valor poderia ser para a cooperativa comercializar nosso produtos. Ainda estou disposto a formar uma cooperativa, mas enquanto não vem, vou vendendo os produtos por aqui.

É muito importante vender a produção. O agricultor tem que sentir orgulho por esta atividade também. Existe pessoas que precisam consumir produtos o mais natural possível e a cada dia fica mais difícil saber se os produtos realmente tem qualidade.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

BEIJA FLOR


O beija flor voltou a usar o mesmo ninho do ano passado. É uma pena que ele assusta muito. O ninho é bem proximo a passagem e toda hora tem gente passando ou carro chegando. Ela colocou dois ovos.
Ainda não sei quantos dias são para nascer os filhotes, espero que não demore. O ninho fica em um pé de arroeira. Está proximo da floração. Quase todas folhas cairam.
O beija flor fica quase invisivel. As pessoas só percebem quando falo que tem um ninho de beija flor. Ela está acostumando com gente, ainda bem!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Fotos dos carneiros


























Fotos da ovelha com seu dois carneiro no dia 23-06-09 com um dia de vida.
Antônio Silva dando mama como descrevi anteriormente.
O preto é o escolhido pela ovelha.
Ovelha amarrada para facilitar a vida do carneirinho.
Aprisco com palma ao lado.
Cocho com ração.

terça-feira, 30 de junho de 2009

FILHOTE COM 8 DIAS

Hoje completa 8 dias que os carneirinhos nasceram e eles continuam vivos, um desenvolvendo mais que o outro. Na verdade isto está acontecendo por que não fiz a opção de alimentá-los com leite de vaca, pois, íamos ter muito trabalho e a ovelha definitivamente abandonaria o filhote. Ainda temos muito trabalho para não perder este borrego.
Fizemos um cercado para ovelha no meio do aprisco e colocamos um cocho para alimentá-la mais vezes. Estamos completando a alimentação com milho moído, capim, pés de milho passado na forrageira, sorgo e folha de palma. A esperança e que o leite aumente. A ovelha mãe continua dando marradas. O filhote roubar o leite na hora em que o outro mama. É um desafio que está me deixando satisfeito pelo fato de recuperar este carneirinho. Não existe explicação para o fato da ovelha rejeitar filhos, principalmente quando nasce mais de um. Pode ser por deficiência de alimento, doença na mãe, filhote muito fraco. Espero conseguir. Sei que carinho com os animais faz um pouco de diferença. Também aprendemos a ter paciência. É importante continuar observando o comportamento dos animais e aprender como lidar com eles para poder ter um bom resultado.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

CARNEIRO REJEITADO

No dia 23 uma ovelha pariu dois cordeiros por volta das 2 horas da manhã. No outro dia Antonio me avisou e fui -los, percebi que a ovelha e um borrego estava aparentemente bem. O outro estava berrando. Quando se aproximou da ovelha ela dava marrada tentando afastar. Percebi que ela tinha rejeitado o borrego marron, que mais parecia com a mãe, e aparentemente estava mais fraco. Lembrei de um caso que Ademar me contou como o pai dele fazia para que a ovelha aceitasse o cordeiro. Amarra-la, deixando sem comida e agua ate a completa aceitação. Pensei em fazer algum coisa para que o borrego não fosse sacrificado pelo destino. Pedi a Antonio que providenciasse uma corda e iniciamos a operação "salvar borrego rejeitado". Não tinha ideia do que iríamos ter pela frente. Inicialmente forçamos o borrego a mamar na ovelha que relutava em não deixar o borrego marron encostar. Nos dois fizemos varias tentativas até encontrar uma maneira apropriada para o borrego, que foi deixa-la amarrada, segurar uma pata levantada para que a ovelha só se apoiasse em três patas não tendo condições de ficar mexendo. Fizemos isto o dia inteiro. A cada hora íamos dar de mamar ao borrego. No outro dia a ovelha já estava mais acostumada com o carneirinho que sempre estava a seguir a mãe e que também aproveitava quando o outro ia mamar para mamar na outra teta. No terceiro dia a ovelha estava mais cismada e dando marradas mais forte. Pedi a Antonio que continuasse a dar a mama ao borrego mesmo com esta rejeição.
Amanha de manha vou saber o que devo fazer. Como o carneirinho mamou o colostro nos três primeiro dias talvez faça a opção por leite de vaca para não sacrificar o outro carneiro escolhido pela ovelha.

domingo, 21 de junho de 2009

SUSTENTABILIDADE NO SEMI-ÁRIDO

Quando se fala em sustentabilidade a impressão é que em qualquer lugar teremos as mesmas condições para mantermos as nossas atividades. Nas roças basta plantar, preservar, não destruir que teremos uma atividade sustentavel. Não é bem assim. O clima em cada região do pais é bem característico em função de estar perto ou próximo ao mar, ter ou não rios em suas bacias, ou mesmo estar próximo a este rio e se ele é perene ou temporário.
Na região de Irece, composta de 20 municípios que compõe o território de Irece é época de seca e vai prolongar ate o mês de novembro, não haverá chuva e a pouca que cair não terá finalidade de plantio. Nesta época só se planta com ajuda de irrigação. E sequeiro, que é o plantio que se faz em função das chuvas, só produz mamona, mandioca, capim e palma. O resto do ano é para cuidar da roça, consertar cerca, fazer destoca, esperar o novo ano. O agricultor que tem gado, ovelha e galinha tem atividade o ano todo. Neste segundo semestre se preocupa com o pasto dos animais e o milho das galinhas. Mel quem têm, colhe-se antes da semana santa. Quem não produziu muita coisa vai passar um mal pedaço. Se o ano anterior foi ruim nem se fala, é ruindade até doer. A esperança é crer em Deus e num programa de governo que dê o sustento até o próximo plantio.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

SÃO JOÃO NA ROÇA

São joão é um típica festa junina que ocorre em todo nordeste. Em minhas lembranças ocorre sempre no mês de junho e se comemora a fartura da produção da roça, pois sempre é comemorada com comidas típicas dos produtos nordestinos como, milho cozido, pamonha, mingau, amendoim cozido e torrado, cachaça, licor de frutas, garapa de cana, rolete de cana, churrasco e sarapatel, cangica, paçoca, pipoca, doce de coco, cocada, bolo de milho, bolo de aipim e outras variantes. Alem das musicas cantadas com bandas de forro existem as danças tradicionais e quadrilhas. Lembro da fogueira com presentes pendurados nos galhos os mais variados, onde as crianças ficavam brincando em volta da fogueira esperando a árvore cair. Também tinha o pau de cebo que corresponde a melar um pau de uns 6 metros, colocar dinheiro no topo e enterrar na posição vertical para que os mais habilidosos e destemidos subam em busca do prémio. Lembro que em algumas localidades este prémio era feito com o uso de um porco para quem o pegasse. Nas escolas quando tinha quadrilha existia serviço de correio que eram mensageiras para as paqueras inocentes onde um beijo era um grande prémio.
Atualmente as festas estão modificadas, não tem mais estas inocentes brincadeiras. As festas começam no horário em que as antigas terminavam. Mesmo hoje, as roças já não produzem tanto.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

OVELHA

Estou com ovelhas desde 2005 e o resultado tem sido bom. É a principal atividade na roça a nível de renda. Sempre ficou em primeiro lugar a partir de 2006, mesmo com todos as dificuldades de manter um certo número de animais. Primeiro não sabia nada sobre ovelha. Segundo, foi necessário estar com todas as instalações suficiente para o número de animais que criei. Terceiro, a propriedade precisou de estrutura alimentar compatível com o número de animais. Quarto, o numero de animais só foi viável criado na "meia". Quinto, o resultado é bom mas não deixa ninguém rico.
Toda atividade de roça é viável no sistema de permacultura, principalmente, se tiver uma ajuda da irrigação com poço tubular, no gotejamento. Nem é preciso mexer muito com a terra, basta plantar e preservar os restos culturais encima da terra. A incorporação se dará de forma natural, através dos microrganismos que já existem na terra.
Fazendo uma integração das atividades, na propriedade se produz de tudo, até o adubo. Este nos temos diversificado: galinha, ovelha, vaca. Até dos passarinhos e insetos. De resto, precisamos manter um planejamento e muita observação para aprender com a natureza.
Varias experiências temos aprendido com a observação e muitas vezes contrariamos a lógica das técnicas. Uma delas é criar 100 ovelhas com um carneiro. O recomendável é 30 animais. Pois digo que é pouco. Um carneiro dá conta de mais de 80 ovelhas, principalmente se pretende ter animais produzidos de forma continuada. O carneiro só cruza com a ovelha no cio. Durante o período que criei não nasceu mais de 16 borregos em algum mês. O maior problema que tive, foi ter animais macho em grande quantidade. É preferível separá-los. De resto é só manter um bom manejo e continuar aprendendo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

INÍCIO DA SECA

Esta começando a fase "brava" da seca e vai até meados de outubro, onde possivelmente pode chover. Nosso período de seca é de abril a setembro. Antigamente chovia-se em setembro a "chuva dos umbús", início da primavera, período em que as plantas da caatinga começam a brotar e o verde logo ressurgindo, transforma completamente a paisagem.
No período de seca as folhas começam a cair, as plantas iniciam uma fase de dormência e consomem pouca agua. As plantas ficam cinzentas e todas as folhas caem. Somente as cactáceas, algarobas, juazeiros ficam verdes. O pé de umbú vira um pé de graveto. A cor cinza prevalece. O capim ficam amarelado, meio cinzento. Folhas secas espalham com o vento. Os rios secam, lagoas ficam completamente esturricada. O pouco de caatinga vai sendo queimada nas olarias, cerâmicas e padarias. Pouca coisa se produz. A esperança esta na criação de vaca e ovelhas e um pouco de galinha. É tempo de espera e dormência.

MAMONA II


Uma saca de mamona de 60 kg não produz mais de 28 kg de óleo de mamona. Como o preço da saca está em torno de R$ 52,00 (cinquenta e dois reais), fazendo as contas o custo mínimo do óleo não sai por menos de R$ 1,86 ( um real e oitenta e seis centavos). Como a composição do custo do óleo ainda tem que considerar outros insumos como mão de obra, energia, estocagem, transporte, administração, encargo social, imposto, depreciação da indústria, propaganda, distribuição de lucros para os cooperados, enfim é uma conta complicada que depende do porte da fabrica do biodísel. Na lógica do agonegócio a conta não fecha, como diz o "Japonês". O custo de produção esta muito acima do preço do óleo dísel. Assim a fábrica vai quebrar. Então a lógica é ter produtos que possa estar no mercado com custo compatível. O biodísel ainda não justifica ser produzido a partir desta matéria prima, mesmo porque, este produto possui outras alternativas mais viáveis de ser industrializado.

sábado, 13 de junho de 2009

MAMONA


Em minha roça sempre teve mamona. É uma cultivar que realmente produz alguma coisa quando se planta. A vantagem é que se colhe no segundo semestre. Praticamente o único produto agrícola que produz no sistema de sequeiro que tem produção até meados de outubro. É uma planta resistente a seca, de ciclo anual, podendo produzir por vários anos, apesar de ter sua maior produção no segundo ano. Se planta consorciado com feijão de arranque no espaçamento de 2 m entre plantas e 4 m entre linhas as variedades coti e pernambucana. Nosso agricultor planta consorciado também com milho.
Minha experiência faço uma variação no poli cultivo, consorciado com tudo que possa plantar, utilizando a técnica de plantio direto, sem aração que é uma pratica garantida em nossas áreas.
A parti de 2005 adotei a técnica do poli cultivo e tive as seguintes produções anuais:
  1. Em 2005 em 5 tarefas a produção de 1944 kg vendido por R$ 977,00, preço médio saca 30,15.
  2. Em 2006 em 5 tarefas a produção de 1349 kg vendido por R$ 676,50, preço médio saca 30,09.
  3. Em 2007 em 3 tarefas a produção de 538 kg vendido por R$ 600,00, preço médio saca 66,89.
  4. Em 2008 em 2 tarefas a produção de 982 kg vendido por R$1.154,00 ,preço médio saca 70,49.
Atualmente o preço da saca de 60 Kg esta em torno de R$ 52,00 o que é um preço bom, mas não é o ideal para o agricultor que tem que estar acima de 70,00 reais para cobrir todos os custos de produção e sobrar alguma coisa para o sustento. Uma observação quanto a produção de 2008 e a seguinte: o plantio de mamona está consorciado em um poli cultivo irrigado, onde a principal cultivar e a banana. Esta produção foi praticamente em 180 pés de mamona. Neste ano tivemos uma variedade de 36 produtos agrícolas onde os dez principais foram: ovelha, mamona, ovo, banana maça, frango, banana prata, mamão, pato, cana e mel representando 95% de toda produção.
A mamona é uma cultura que sempre vou plantar pelas razões que citei acima, principalmente no sistema de poli cultivo irrigado, pois, além de produzir mamona que se adapta ao cultivo diversificado é uma garantia de receita certa se for destinado a indústria química que paga o melhor preço. O produto tem um uso mais nobre, podendo produzir mais de 500 subprodutos.
Ainda não vejo como mamona possa ser utilizada na industrialização de biodísel, sem um subsídio para adequar o preço que seria ideal para indústria de biodísel, que não pode pagar um valor acima de R$ 40,00. A diferença de mais ou menos R$ 30,00 não pode ser debitado na conta do agricultor. O Governo não pode incentivar o agricultor a produzir mamona para produção de biodísel nestas condições atuais, apesar da boa intenção, por que, certamente o agricultor pagará a conta do prejuízo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Responsabilidade no sustentavel

Como ser sustentável com este nível de consumo, com um padrão tão requintado e exigente, com tanto desperdício, produção de lixo e um deficit ambiental, que na maioria das vezes é imperceptível à primeira vista, mas que ao passar dos anos, logo se torna visível a olhos visto. Cresce as áreas desérticas, as propriedades agrícolas precisam de mais adubos químicos para o mesmo nível de produção, cresce o número de animais em extinção, as cidades avançam destruindo as áreas naturais, cresce a população humana no mundo inteiro juntamente com o padrão de consumo.
Não vejo como ter atividades sustentáveis a nível global. Mesmo em casos isolados exige-se muita consciência e determinação, renúncia a um padrão mais requintado ou se paga um preço por esta opção ideológica.
Poderíamos falar em índice de sustentabilidade variando de 0 a 100 para cada tipo de atividade. Dependendo do grau de recuperação que a natureza pudesse atender. Sei que são poucas as atividades que podem ter um nível de recuperação na sua totalidade. E ser acima de 90 % sustentável já é bastante aceitável, mesmo porque não se exige responsabilidade pela não sustentabilidade. Ser sustentável é uma indicação, não uma responsabilidade para toda e qualquer atividade. No futuro deveremos falar em credito de sustentabilidade como se fala em crédito de carbono. É necessário responsabilizar a todos para que o mundo, a cada dia, não fique pequeno.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O trabalho de ser Sustentável

A minha grande questão é responder se é possível ter uma roça sustentável. Este Blog me faz refletir e dividir esta angustia com interessados em entender sustentabilidade na prática. Esta é a intenção. que mesmo errando na maioria das vezes, lembro dos princípios que norteiam a sustentabilidade, e as vezes afirmo que planto princípios. Eles estão em primeiro lugar: não queimar, não usar veneno, não usar adubo químico, não matar os bichos, diversificar, integrar, preservar, conviver com mato, fazer plantio direto, economizar agua, evitar a degradação ambiental, recuperar áreas poluídas ou erodidas, criar animais pequenos...
Já percebi que temos duas obrigações básicas, as únicas que Deus nos deixou, que é impossível negligenciar: plantar e colher. E não são fáceis de cumprir. E o que é mais importante, devemos plantar por obrigação e colher por gratidão. Com estes sentimentos a roça responde mais facilmente. Mesmo assim ainda nos resta muita trabalheira, como vender os produtos, que se não for com preço justo aí é que não tem sustentabilidade que aguente. Normalmente as pessoas não se interessam pela qualidade ou mesmo o histórico dos produtos da roça. Pensam que todos são produzidos da mesma forma. E querem comprar pelo menor preço, não valorizando o trabalho do produtor responsável, que produz para o seu sustento com a melhor qualidade possível. Digo sempre. Quer ajudar o agricultor? Compre seus produtos por um preço justo, assim o agricultor estará estimulado a produzir mais, do contrário, estará fadado a não produzir mais, nem suficiente para o seu sustento.
Todo mundo deveria produzir alimento para ver com é difícil.

domingo, 7 de junho de 2009

CHOCADEIRA NATURAL

- chocadeira
- galo
- galinha choca

















Quando relacionei as atividades que faz parte do meu manejo na criação de galinha, citei a chocadeira natural. N
a verdade não é uma chocadeira como as outras que usam recursos artificiais para substituir a galinha, muito pelo contrario, é a própria galinha com um artificio que faz com que ela não se dê conta da mudança que ocorre no ninho. Para isso utilizo uma caixa de madeira medindo: 30 cm de largura por 30 cm de altura e 40 cm de profundidade, com a frente aberta, possuindo somente uma ripa na parte de baixo para reter a palha ou serragem, onde se coloca os ovos para chocar. Quando vamos colocar uma galinha para chocar, escolhemos os ovos com tamanho regular, os maiores, não os grandões, que podem conter duas gemas. Colocamos em número de 12 ou 13 na caixa, por cima da serragem, Também usamos casca de mamona para evitar pixilinga, Escolhemos uma galinha com o choco bem forte, por volta das 16:00 horas de preferência, pois está próximo do horário que as galinhas dormem, colocamos na caixa, e botamos a boca da caixa virada para a parede, para evitar que a galinha saia. Uma boa galinha se acomoda facilmente. No outro dia bem cedo só precisa virar a caixa e a galinha já estará acostumado como se fosse ali o seu lugar escolhido para fazer o ninho. É preferível que esta caixa seja colocada na maternidade, que é um local onde as outras galinhas não tenham acesso. Deixe comida e água a vontade. A galinha vai se alimentar tranquilamente e retornar para a chocadeira. Normalmente, deito duas galinhas no mesmo dia para ter bastante pintos. As vezes nascem todos. Juntos os pintos das duas galinhas na creche, somente com uma galinha. A creche na verdade e um viveiro com tela de passarinho para evitar predadores. A galinha fica nesta creche por trinta dias mais ou menos, Depois os pintos vão para o piteiro já separado da mãe. Ficam uns trinta dias quando já estão fortinhos, podendo se defender sozinhos. Da fase do pinteiro vão se acostumando com o piquete onde podem pastar na área de capim. É por fim, dando continuidade ao ciclo, permanecem nos piquetes onde vão chegar a fase de galinha, tendo sempre galos fortes, bonitos e donos do terreiro.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

Hoje se comemora mundialmente o dia do meio ambiente para se falar sobre o tema, discutir problemas que estão acontecendo com o ambiente onde o ser humano vive e interfere, causando dificuldades para o planeta e as condições de sobrevivência da espécie humana.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

RESERVA LEGAL

Hoje sei da importância da reserva legal nas propriedades para preservar espécies nativas. Em minha propriedade, acredito que temos uma área próxima a 20% que reservei na propriedade, que está isolada, para não entrar os animais da criação, como é o caso: ovelha e vaca. Não tenho a intenção de deixar nenhum animal entrar nesta área. Caso tenha necessidades, pela falta de alimento, que é normal em nossa região, dou um jeito de adquirir. Estou estruturando a propriedade para ter uma capacidade de campo compatível com o número de animais.
O que vou falar agora é do termo utilizado para uma coisa importante que a área de preservação da propriedade. RESERVA. Como é inoportuna e dasapropiada chamar de reserva algo que não deve ser reservada e sim protegida, preservada para garantir as outras espécies o direito a vida. Reserva Legal talvez foi escolhido numa época que não se devastava tanto. Aqui na região de Irecê-Ba as propriedades que possuem menos de 10 hectares que são 75% das propriedades, nenhuma tem área de reserva legal. Acho difícil ter projetos sustentáveis em áreas tão pequenas. Mas voltando ao assunto RESERVA, devemos fazer uma campanha para mudar este nome para ÁREA DE PRESERVAÇÃO LEGAL que pertence a propriedade, mas que não pode ser usada pelo agricultor, pois sendo reserva como o nome já diz, é para ser utilizado. Ninguém tem uma reserva de dinheiro, de bens, de jogador de futebol que não utilize na necessidade. Área de Preservação Legal deve ser resguardada não só pelas necessidades, mas devido a nossa ignorância. A nossa Catinga foi toda dizimada. Virou carvão. Virou área devastada. Virou cinzas.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Galinhas

Não é possível falar de roça sem lembrar da ave que mais caracteriza a atividade. Roça lembra galinha que lembra permacultura, que lembra natureza, que lembra vida. Para mim é o animal símbolo, tanto de roça, roça, como de permacultura.

É uma ave dócil que desempenha bastante atividades. É tida com o trator natural porque está sempre revirando a terra. Cisca, bica, cata, pinica, revira, produz: ovo, pena, carne, adubo, nitrogénio, pinto que vira frango e franga, que depois vira galinha e bota ovo, num total de 50 por ano. Dependendo do manejo pode chegar a 70.

Galinha come milho, capim, insetos, bichos, cobra, minhoca, resto de comida...
Galinha anda muito. É muito curiosa. Protege a casa de bichos com peçonha.
Quando se cria é impossível não tê-la na roça. Não dá prejuízos financeiros se for contabilizado todos os produtos.

Temos hoje um bom manejo. Aproveitei um galpão que criava galinha de granja para criar galinha caipira. Fiz um cercado em volta com tela, plantamos capim tifton. Mantemos sempre o verde e garantimos a saúde das galinhas. No contacto diário, desenvolvemos uma chocadeira natural, o pinteiro, maternidade, piquete, tira choco e por ultimo a creche. Não temos muita mortandade de pintos. Crio poucas. Fazemos todas as etapas, apesar de ter porte para 1000 aves ano. Temos também pato e cocá (galinha da'ngola) completando o time das aves.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ser sustentavel no desenvolvimento

Uma atividade ou evento para ser sustentável não basta apenas falar que é para que ela se transforme em sustentável. Existem princípios, dimensões e ética. Normalmente os políticos falam em desenvolvimento sustentável como se fosse uma coisa simplista, mera intenção, uma coisa lógica e fácil de se fazer. Não é bem assim. Não basta só querer. É preciso conhecer o conceito mais profundamente e buscar aproximar as ações, focadas nesta possibilidade.

" Em relação à economia da era do aquecimento global, diz-se comumente que é possível efetuar um "desenvolvimento sustentável", mas penso que isso deve ser interpretado obrigatoriamente como hipótese. Ou seja, talvez isso seja possível, mas o futuro deve ser projetado pensando no caso de isso ser de fato impossível. Porque, na realidade, não está sendo muito obedecido o respeito à ética entre gerações. Falando em outra palavra, nós não viemos, até hoje, tomando muitas atitudes pensando realmente nas gerações dos nossos filhos e netos." Masanobu Taniguchi - p 236 - Caminho da Paz pela fé.

Porque não se acredita na possibilidade de um desenvolvimento sustentável. Por que, de fato, é muito difícil conviver com desenvolvimento sem a destruição da natureza. Desenvolvimento é a simplificação das necessidades materiais do ser humano, que está focada em necessidades para o melhor conforto, e isto requer mais consumo, mais necessidades, mais gastos dos recursos naturais como se fossem infinitos. Esta é uma busca dos crescimento material. Ser sustentável ou não é mera coincidência na maioria das vezes.
Não existe responsabilidade sobre a sustentabilidade nas atividades econômicas. Tudo é permitido. Ninguém tem este ónus. Em nome do desenvolvimento, toda destruição é justificada.

domingo, 31 de maio de 2009

Domingo na Roça


























Domingo, dia d
e almoçar na roça aquela comidinha: galinha caipira, feijão verde, maxixe, arroz branco dourado ao alho e um macarão a putenhesca. Bem, não sei se é este o nome correto, mas faço com alho e pimenta calabresa com um leve toque, calabresa defumada frita em tirinhas, cebola roxa em fatias, manteiga de verdade, sal ao ponto e o macarrão al dente. A parte do segredo revelo agora: estando o molho pronto aguardando o macarrão que vai sendo cozido em bastante água para ficar soltinho, sai direto para o molho, para não perder a temperatura. Também pode complementar churrasco de picanha temperado com sal grosso. De resto uma boa conversa com os amigos ou pessoas interessantes.

sábado, 30 de maio de 2009

INGÁ

O INGÁ baixou portaria suspendendo o uso de água subterrâneas em parte da região de Irecê em decorrência de problemas devido o uso indevido por parte dos irrigantes. Esta é a alegação que o Órgão faz para baixar a portaria impedindo os irrigantes de usarem seus poços na atividade olerícola. A região de Irecê, também, é conhecida pelo maior número de poços artesiano em seu território. Ultrapassa 20.000, infelizmente, a maioria não possuem outorga. Os que possuem não são monitarados pelo INGÁ, para ter controle desta gestão e não se sabe que quantidade de água é utilizada na irrigação em Irecê.
O que o Órgão fez foi uma precipitação. Como não tem conhecimento da causa do problema. Tomou uma medida restritiva, contrariando a lógica da legalidade e da ordem, punindo a minoria que tinham licenças concedidas pelo próprio Órgão em detrimento a maioria que está usando poços sem a devida autorização. Legalizar o uso de um poço não é fácil e quando a nossa população começa adotar o caminho da legalidade o INGÁ, sem o menor respeito ou pela sua incapacidade de fiscalizar, como quê tapando o sol com uma peneira, pois a medida é inpraticável pelas condições do Órgão.
Esta medida não seria necessária se o Órgão viesse ao longo dos anos, fiscalizando estes poços e exigindo que os proprietários fizessem as outorgas. Este problema só existe hoje por o Órgão foi ausente todo este tempo.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Seu Antônio

As vezes a tardinha quando volto do trabalho, vou direto para a roça para respirar ar puro, ver os animais, caminhar entre as árvores, chupar cana, dar uma caminhada, tomar café. Fico a conversar com Seu Antônio e gosto de ouvir as suas historias que são contadas e as vezes repetidas sempre com os mesmos detalhes, entonação e trejeitos. Seu Antônio tem uma boa memória, consegue contar as piadas iguazinhas. De vez enquanto peço a ele para contar tal piada e eu rio como se tivesse ouvindo-a pela primeira vez. O engraçado não é só a historia, mas a maneira como é contada. Ele está com 72 anos e aparenta uma pessoa dos seus 60. Anda sempre de bicicleta. Tem a temosia da idade, mas sempre jovial. Um velho sempre lorde que veste sempre no luxo as suas roupas surradas e limpinhas que Dona Amália faz questão de deixá-las e que ele use. Ele está na roça a uns quinze anos, por mim só sai de lá para o cemitério, por que não tem outro jeito.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Monitoramento dos fatos


De 2005 para cá resolvi fazer apontamentos das receitas e despesas que ocorria na propriedade, então adotei o caderno espiral como peça fundamental para tal registro. Defini que seria registrados toda produção que passasse pela porteira e toda, evidentemente, despesas, constituída de investimento e custeio. A princípio não me preocupei com os resultados, simplesmente, fiz registro do que entrava e saia. Das coisas que saia passei a registrar com valor de mercado para ter uma comparação com as despesas. Este apontamento faço até hoje, já estou no quinto ano e é interessante avaliar os resultados:




Ano----------Despesas-----------Receita------Deficit-------Investimento--Prejizo----
2005--------14.000,00----------2.500,00------11.500,00------ 6.000,00-----5.500,00
2006--------13.000,00----------4.100,00------ 8.900,00------5.000,00-----3.900,00
2007--------15.000,00----------8.100,00------ 6.900,00------4.000,00-----2.900,00
2008--------19.000,00----------8.300,00-----10.700,00------7.000,00-----3.700,00
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total---------61.000,00---------23.000,00----38.000,00-----22.000,00----16.000,00


A receita de 2008 deveria ter sido maior se não fosse a seca que veio mais forte este ano e tive que vender ovelhas mais cedo. O preço médio dos animais vendido foi de R$ 50,00 reais, enquanto nos anos anteriores foram em torno de R$ 73,00 em média, como foram 80 animais houve uma perda de R$ 1.840,00 que deveria entrar na receita, fazendo com que a produção continuasse aumentando e o prejuízo diminuindo. Com isto tomei a seguinte decisão de só tirar animais com peso médio acima de 30 kg vivo.
Apesar destes resultados, que parecem ruins, na propriedade que se pratica agricultura sustentável, visando atender pelo menos três dimensões: social, ecológica e econômica nesta ordem, são muito animadores, pois, a cada ano melhora a produção. Este é um projeto de longo prazo onde atualmente se cobre 80% do custeio.

A Empresa chamada Roça

Ultimamente tem visto ações que demonstra a importância de encarar a atividade agrícola como empresa. Onde exige planejamento da propriedade como um todo e de suas atividades, para conseguir algum resultado. Em permacultura a propriedade é dividida em zonas que vai de zero a cinco e todas as zona são a propriedade. Em cada zona define-se funções que são importantes para que o todo esteja em harmonia e produzindo. Não podemos considerar como atividade agrícola àquela onde se espera uma produção que atenda só o resultado econômico, gerando deficit ambientais, imperceptíveis para a maioria dos agricultores. Tornando-os pobres agricultores a lamentar a sina de ser agricultor como se não houvesse outra alternativa. Ser agricultor não deve ser só por falta de opção e sim uma opção. A atividade exige conhecimentos e dedicação, a propriedade exige respeito pelo dono da terra. A terra não é um 'meio' para se produzir. Ela quer ser amada e tratada com carinho como uma relação entre pessoas.
A empresa que sustenta seu dono e empregados é tratada com dedicação, carinho e investimento. Com a propriedade agrícola não deve ser diferente.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Diversificação até de amigos.

As vezes encontro um amigo que me perguntam da roça, o que estou fazendo e dão sujestões do que deveria fazer. Por último introduzi gado; duas vacas e um bezerro e pretendo adquiri mais duas, pois acho que o porte da propriedade, considerando a capacidade de campo são dez (10) cabeças incluindo bezerros, vaca e touro. Ainda tem as ovelhas que atualmente são dezenove (19) cabeças. Pelo meus cálculos dá para chegar a quarenta (40) ao todo. Mas ai o amigo diz - não vai dar certo, porque gado e ovelha comem muito e que deveria pensar em plantar mais em vez de criar. Explico que é necessário diversificar a produção, integrá-las para não ter perdas de energia e que a roça tem de produzir todos os dias.
Esta é a grande diferença: a roça precisa produzir todos os dias. Roça produz todos os dias. Diversificar é importante para termos sempre produtos de épocas as mais diversas. Depois, as atividades, cumprem mais de uma função e quando não sabemos para que serve uma cultura, no mínimo, ela protege o solo das erosões. Também, o verde é bonito até mesmo do mato e a nossa ignorância acha que não tem nenhuma função. Não percebemos as flores, não percebemos as abelhas, não percebemos as folhas secas, não percebemos sementes que vão dar continuidade a vida.
Existe harmonia na diversidade e sobra espaço para os outros animais.
Quanto mais amigos, diversificados, melhor.
Será se amigos comem muito?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cobras e outros bichos












São dezesseis anos experimentando atividade agrícola de varias maneiras, desde roça de sequeiro, criação de galinha de granja que me levou a produzir frango defumado, arrendamento, parcerias e por ultimo resolvi experimentar o não convencional, quando, em uma feira do Garra, adquiri um livrete sobre agrofloresta. Fiquei encantado com os desenhos retratando o processo de recuperação de solo, mostrando um perfil, incluindo a camada do solo profundo com suas raízes e alguns elemento constituintes do solo recuperado. Naquele momento decidi - vou experimentar! De lá para a posição atual, já são seis anos convivendo com agrofloresta, permacultura, agro ecologia, agricultura natural, cooperativismo, economia solidária, capacitação, poli cultivo irrigado, unidade de beneficiamento de frutas, feira de produtos orgânicos. Por fim tenho um pedaço de floresta que me lembra os filmes de Tarzan. E para não esquecer, as cobras.

sábado, 23 de maio de 2009

Antonio Soares e

Seu Antonio. Este é nome que chamo de Antonio Soares de Almeida.
Toin. É o nome de Antonio Silva. Afinal são dois toens. Muita riqueza.

Por que Sustentavel?

Responder esta pergunta com resultados talvez seja a melhor forma de compreender. Por mais bela que seja a intenção não é tão simples colocar em pratica. Sempre vamos falhar em alguma atividade e nossos maus hábitos farão com que não consigamos fazer a nossa obrigação.
A palavra sustentável por si só não exprime seu conteúdo e nos leva a cometer enganos principalmente pelos valores que cada um adota. Sustentável economicamente é a maior impressão que nos lembra. Ser economicamente viável também é um desafio. Ser economicamente insustentável também é um desafio.
Nossa cultura não está ajustada para o Sustentável. O imediato não é sustentável na maioria das vezes. Ver outros valores é uma busca para o sustentável que, talvez, como uma filosofia de vida facilite a aceitação de um mundo perfeito e equilibrado.

ABELHA NA ROÇA



Na ro
ça estou criando abelha apis melifera a mais de três anos por opção das abelhas que insistiram em ficar sempre aparecendo e se arranchando. Insisti em tirá-las por umas três vezes até que falei com António Silva que teríamos que criá-las. Foi conhecer melhor como criar abelhas e fiz investimento: curso, caixas, roupas, fumegador... e partimos para a prática. hoje são cinco colméias que crio em parceria com Jandira do Mocozeiro. Ela faz todo manejo com as colmeias. Meu tempo ficou escasso.