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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Guillain Barré

No dia 07 de Julho, quarta feita, eu estava com minhas pernas totalalmente sem forças. O braço direito estava mais fraco, não consegui me levantar, nem andar. Chamei Raquel, que me ajudou a sentar na cama. Quis ir ao banheiro e nada. Só conseguia ficar ali parado a força estava a zero. Um peso de 100 kg. Pedi para que sentassem um de cada lado, me levantassem e me arrastassem para o banheiro. Dali mesmo, meu cunhado me levou para o carro e fomos direto para o Hospital Reginal, 6:30 da manhã. Pensei que estava com AVC. Fui consultado com suspeita de dengue e iniciou os exames para confirmar o nível de plaquetas. Ficamos aguardando o resultado do exame. Ainda não existia explicação para as pernas sem força. Fiquei em uma cadeira de rodas em meio aos pacientes que chegavam a todo momento. Quis ficar ali pois tinha muita gente chegando na emergência. Depois de esperar, saiu o resultado negativo. Quis ir para a Ami, fazer novos exames e fui atendido por Dr Aurelino que de cara afirmou que meu caso era neurológico, que estava sem reflexo nas pernas. Ele suspeitou de minigite o outra coisa ligada ao comando do cérebro. Não quis me internar pois não tinha como atender o meu problema, pois estava sem um medico neurologista, atendendo em sua clínica. Aconselhou irmos para Salvador. Dali mesmo, Raquel conseguiu falar com a Dra Camila que conversou com Dr Aurelino, que pediu que me atendesse. Sua clínica estava a disposição da Dra para que me examinasse. Ela aconselhou retornarmos ao Hospital Regional, e fizéssemos alguns exames: tomografia e punção da medula, que ela passaria pelo hospital na parte da tarde. Retornamos, fiz os dois exames.
O medico que colheu o liquido da medula, Dr Rodrigo, suspeitou da síndrome de Guillain Barre, pois, ele teve esta doença, me explicou que os sintomas era clássico da doença e que os exames, na fase em que estava não acusaria nada, mas que os sintomas eram claros: dormência nos pés avançando para as pernas. Falta de força nos braços e dificuldade de engolir qualquer coisa. Sentia um bolo no peito e o volume da respiração estava diminuindo. Precisava de um diagnóstico de um neurologista e a única que estava na cidade retornaria no mesmo dia e não estava certo que ela me atenderia. Raquel tentou localiza-la e atarde. A Dra ja estava atendendo na clínica Imagem Diagnóstico. Para que o atendimento da Dra ocorresse, o Hospital deveria autorizar e chamá-la. Dr Severino, diretor do hospital atendeu prontamente e assinou a autorização. Fique aguardando e o tempo estava passando depressa.
Enquanto isso, pessoas que me conhecia falavam comigo e davam noticias do meu estado. Quinzinho anunciou na radio Caraíbas que estava com uma doença grave. Logo a noticia espalhou. O prefeito Chiquinho e alguns amigos souberam, todo mundo ficou surpreso e preocupado. Iniciou-se então uma correte de orações. Depois de algumas confusões a medica veio me atender no Hospital Regional de Irece. Viu meu estado grave e que só sairia quando eu estivesse na UTI. Fez um diagnóstico longo e detalhado. Conversou com Dr Rodrigo e consegui a vaga na semi-Uti do Regional.

Dr Rodrigo era plantonista da Uti naquele dia. Me atendeu e soube que tinha plano de saúde. Providenciou a minha tranferencia para Salvador. Ficou acertado que faria exame no Couto Maia e caso desse positivo eu iria para o Hospital Roberto Santos.

Passei a noite sem dormir, não tinha fome nem sono. Observava o estado de um paciente que estava ao meu lado. O dia amanheceu, tomei banho no banheiro da enfermaria com ajuda do meu cunhado Zinho, que me levou em uma cadeira de rodas apropriada. Retornei para a semi_Uti. Dr Rodrigo então informou que tudo estava providenciado. Iria na Uti movel para Salvador.

Saímos por volta de meio dia. Fomos direto para o Couto Maia.

Chegando lá, vários amigos estavam esperando. Me deslocara na maca da ambulância para a sala de exames. O Dr retirou liquido da medula e o resultado saiu em menos de meia hora. O Dr brincou comigo, dizendo que estava de "piti",pois o resultado deu negativo. Perguntei ao medi - se é piti e as minhas pernas? Ele afirmou que deveria buscar outra causa, não acreditando nos sintomas.Elmo falou comigo - ainda bem que não deu nada, esta descartado. Depois lhe expliquei que não estava descartado, pois Dr Rodrigo já teria me alertado que não se trata Guillian Barré após a confirmação em exames pois pode ser muito tarde.

Fomos buscar atendimento atraves do palno da Cassi e por sorte parei no Hospital Portugues. Uma médica neurologista de plantao me examinou e confirmrou o diagnostico dos medicos de Irece. Falou que nesta epoca acontece com mais frequencia devido a mudança climatica e que ja deveria iniciar o tratamento com imunoglobulina. Enquanto Raquel preenchia as fichas do hospital a Cassi autorizou a internação na Uti.

Em menos de uma hora já estava sendo atendido na UCO, Unidade Corionoiariana, onde tinha vaga. Dra Raquel entrou em contato com Dr Daniel Farias, medico responsavel pelo meu tratamento. Por volta de uma hora da manha de sexta feira, recebi a primeira dose de imunoglobulina. Seis frasco de 50 ml a ser ministrado em cinco horas.
No outro dia pela manha já senti uma melhora no pulmão. Dr Daniel vei pela manhã me examinar, fez varios manobras. Fiquei impressionado quando pedi para que apertasse seus dois dedos, ele conseguiu abrir minha mao direita, não tinha forças para manter seus dedos fechado. Falei da dificuldade de engolir, sentia um bolo no peito. Ele preferiu que eu ficasse entubado com sonda devido ao risco de bronco-pneumonia.
Foram mais quatro dias recebendo iminoglobolina. A melhora estava acontecento. No quarto dia ja consegui levantar o joelho. No quinto dia levatei as pernas. Depois da medicação fui transferido para a UTI com acompanhante. Fiquei tres dias. Fiz fisioterapia com ajuda (principalmente nas pernas). Por fim consegui andar. Recebi alta da Uti e fui transferido para o apartamento onde poderia receber visitas a qualquer hora. Vários amigos vieram me visitar e se surpreendiam com a minha melhora. Quando fui tomar banho no chuveiro, quase tirei a sonda. Os medicos resolveram retirar pois estava conseguindo engolir. A fome veio chegando devagar. Depois de nove dias emagreci nove quilos. Não recebi alta no terceiro dia de apartamento porque os leucocitos chegou a 18.000 (4.000 a 10.000) e Dr Daniel solicitou alguns exames para detectar a possivel infecção. Falei do problema nos meus dentes. Ele solicitou uma utrasonografia do coração que não acusou nada. no quarto dia os leucocitos baixou para 15.900 e depois 13.500. Depois disso ele me deu alta. Foram dez dias de tratamento onde sai sem nenhuma sequela. Dr Daniel passou remedio para pressão e pediu para eu emagrecer 20 kg. Guel e Goiya vieram nos pegar no hospital. Depois de passar na casa de Goya fui para casa da minha comadre Anriete. Ficamos mais dois dias em Salvador na casa de Guel e na terça feira retornamos para Irece.